Exemplos de aplicação

Métodos utilizados: Tomografia de Resistividade Elétrica (ERT 2D e 3D) + integração com furos de sondagem (SPT).

Resumo técnico

A campanha geofísica identificou uma zona de baixa resistividade entre 7,5 e 9,5 m, compatível com um antigo poço ou escavação preenchida por argila — estrutura não detectada pelas sondagens convencionais devido à limitação de cobertura lateral.


O modelo geofísico evidenciou:

  • contraste elétrico lateral e vertical bem definido;
  • descontinuidade associada a alteração estrutural; e
  • forte correlação entre os perfis ERT e os dados de SPT.

Impacto para o projeto

A investigação geofísica:

  • evitou a implantação da fundação sobre material extremamente deformável;
  • permitiu realocar a estrutura para zona segura; e
  • reduziu custos ao evitar reforços estruturais desnecessários.
fundacao1
fundacao2

Métodos utilizados: Tomografia de Resistividade Elétrica (ERT 2D) + integração com SEV e análise estrutural.

Resumo técnico

Os perfis de ERT permitiram mapear a extensão lateral e vertical de uma pluma de chorume, revelando anomalias condutivas contínuas entre 10 e 20 m de profundidade.


As seções geofísicas mostraram:

  • zonas de resistividade muito baixa associadas ao contaminante;
  • fraturas condutivas que funcionam como vias preferenciais de migração; e
  • boa coerência com o levantamento SEV e com a direção do fluxo subterrâneo.

Impacto para o projeto

O estudo geofísico:

  • delimitou a área contaminada e sua profundidade;
  • identificou caminhos preferenciais de migração;
  • orientou o posicionamento de poços de monitoramento; e
  • subsidiou ações de remediação e planejamento ambiental.
1 mapeamento de pluma de contaminação no aterro sanitário de coronel vivida pr

Métodos utilizados: Tomografia de Resistividade Elétrica (ERT 2D), sondagens SPT, poços de inspeção (trial pits) e ensaios Mackintosh Probe.

Resumo técnico

A investigação combinada geofísico-geotécnica foi aplicada para determinar as causas de falhas prematuras em trechos da rodovia FT005 (Rengit e Semerah), construída sobre solos moles marinhos.

Os perfis de ERT (100–200 m de extensão e até 40 m de profundidade) revelaram que:

  • a subsuperfície está majoritariamente saturada, com resistividades < 100 Ω·m, característica típica de argilas marinhas moles;
  • zonas de resistividade muito baixa indicam camadas espessas de argila muito mole (até 15 m de profundidade);
  • há contraste marcante entre camadas superiores rígidas (pavimento + base + laje de concreto) e o subleito extremamente fraco.

As sondagens SPT e ensaios Mackintosh confirmaram:

  • valores NSPT = 0–2 até 15 m (argila muito mole), aumentando gradualmente para argilas médias e rígidas abaixo de 20–30 m;
  • subleito com baixa capacidade de suporte, totalmente compatível com os valores geofísicos identificados;
  • estratigrafia distinta entre pistas adjacentes, associada a métodos construtivos diferentes.

Os poços de inspeção revelaram:

  • presença de lajes de concreto, trechos com BRC e outros sem;
  • descontinuidades estruturais, como juntas entre lajes e diferenças de rigidez entre métodos antigos e modernos de construção;
  • asfaltamento sucessivo elevando a espessura para até 40 cm, aumentando a carga estática sobre solo mole.

Impacto para o projeto

A análise integrada ERT + SPT + ensaios destrutivos permitiu:

  • identificar a causa primária das falhasassentamento diferencial devido a solos moles saturados;
  • reconhecer pontos críticos onde mudanças na técnica construtiva criaram zonas de transição rígida/mole;
  • explicar rachaduras longitudinais como consequência direta da diferença de rigidez entre pistas, da presença de lajes e do recalque diferenciado;
  • orientar medidas corretivas, como estabilização de subleito, substituição de materiais inadequados e melhoria do sistema de drenagem.

O estudo demonstra o potencial da ERT como ferramenta forense em engenharia rodoviária, oferecendo diagnóstico rápido, não destrutivo e com grande profundidade de investigação.

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Métodos utilizados: Sondagem Elétrica Vertical (SEV) + Caminhamento Elétrico (CE / Dipolo-dipolo) + integração geotécnica e modelos 3D.

Resumo técnico

O estudo integrou métodos elétricos de eletrorresistividade para identificar estruturas internas de taludes — especialmente zonas fraturadas, níveis d’água, contato solo-rocha e potenciais superfícies de ruptura.

Os resultados mostraram:

  • zonas de baixa resistividade associadas a fraturas preenchidas por água ou solos mais argilosos, atuando como vias preferenciais para instabilidade;
  • camadas mais resistentes (alta resistividade) correspondentes ao topo de rocha sã;
  • identificação das três principais estruturas de controle: camadas de cobertura, níveis freáticos e zonas de descontinuidade;
  • malhas de caminhamento formando uma imagem 2D e 3D do maciço, permitindo estimar direção do fluxo e regiões com maior risco geotécnico.

Impacto para o projeto

A investigação geofísica permitiu:

  • mapear zonas de fraqueza internas invisíveis por métodos tradicionais;
  • identificar fraturas profundas e planos de escorregamento antes da ruptura;
  • delimitar o nível d’água e sua influência sobre a estabilidade;
  • subsidiar ações de estabilização, drenagem, contenção e realocação de estruturas;
  • reduzir custos, direcionando perfurações e ensaios apenas para áreas críticas.

O estudo mostrou que a eletrorresistividade, quando integrada a dados geotécnicos, é extremamente eficaz para avaliar taludes, planejar obras de contenção e prevenir acidentes.

talude a
talude b

Campo Experimental de Engenharia Geotécnica da UEPG